Em Roma um trabalhador de origem humilde, Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani), é razoavelmente feliz e trabalha para sustentar a família. Precisando ter uma bicicleta para pegar um emprego, sua esposa vende os lençóis de casa, para que ele tenha uma bicicleta para o trabalho.
Entretanto a bicicleta é roubada, para seu desespero.
Assim,juntamente com seu filho Bruno (Enzo Staiola), Antonio a procura desesperadamente pela cidade.Após está imerso na tragédia pessoal, como não consegue encontrá-la, ele resolve cometer o mesmo crime, roubar uma bicicleta.
Mas Ricci fracassa e é pego.
Num momento do filme, ele está num cenário com centenas de bicicletas circulando em sua volta, como objetos-fetiches. Nunca um homem necessitou tanto de uma bicicleta. Nunca tantas bicicletas desfilam diante de um homem. É a situação paradoxal construída pela cenografia de Vittorio De Sica. Talvez seja a situação trágica do paroxismo da sociedade burguesa que acumula tanta riqueza social no meio de tanta miséria humana.
Antonio Ricci é o despossuido absoluto. Não apenas dos meios de produção e do instrumento de trabalho, mas despossuido de perspectivas morais. Ele está à deriva moralmente, por isso decidiu cometer o furto de bicicleta.
O filho Bruno presencia tudo e de certo modo, contribuiu para que ele não fosse preso. A vitima do furto da bicicleta decidiu solta-lo. Talvez sensibilizado pelo filho Bruno que exclama “Papai”, o homem disse: “Solte-o. Deixe para lá”. Mas o pior para Ricci foi a tragédia moral que se abateu sobre ele. Um dos transeuntes que o pegaram no ato de furto disse: “Belo exemplo para o seu filho. Não tem vergonha?”. Ricci não é preso. Outro diz, quase com ironia atroz: “Vá para casa. Está com sorte”.
lançamento: 1948 (Itália)
direção: Vittorio De Sica
atores: Lamberto Maggiorani , Enzo Staiola , Lianella Carell , Gino Saltamerenda , Vittorio Antonucci
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