quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Em nome de Deus - Abelardo e Heloísa

A história é fascinante!!!!
O filme está adaptado com o nome "EM NOME DE DEUS" Acho que o título faz todo o sentido, pois na idade média as pessoas eram manipuladas pela forte influência e poder que a igreja católica tinha na vida das pessoas, em nome do poder, falavam em nome de Deus.Sem dúvida isso hoje acontece muito, mas acredito que temos contato com diversas fontes que nos faz ampliar nossos conhecimentos e nos ajuda discernir sobre o rumo das nossas vidas, ao contrário desse período que os livros eram restritos e só os monges detinham controle de tudo.
Mais do que uma linda e real história de amor, nos faz questionar o tempo todo.
É um túmulo de mármore branco, no cemitério Père-La-Chaise, em Paris. Sob a proteção de um docel rendilhado, também de mármore, eles se encontram em sua forma definitiva, modelados pela memória, pela noite, pelo desejo.
Deitados um ao lado do outro, em vestes mortuárias, sem se tocarem, rostos voltados para os céus, mãos cruzada sobre o peito, sem desejo: assim um escultor os esculpiu, obediente à forma como a tradição religiosa imobilizou os mortos. Mas, se a escolha fosse deles, a escultura seria outra:O beijo, de Rodin, seus corpos nus abraçados.
E as palavras gravadas seriam as de Drummond:
O amor é primo da morte, e da morte vencedor,
por mais que o matem( e matam) a cada instante de amor.
Assim é o túmulo de Abelardo e Heloísa: amaram de forma apaixonada e impossível, irremediavelmente separados um do outro pela vida, na esperança de que a morte os ajuntasse, eternamente.
O amor feliz não vira literatura ou arte.
Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, As pontes de Madison, Love Story- o amor comovente é o amor ferido. Diz Octávio Paz que ” coisas e palavras sangram pela mesma ferida.” Mas o amor feliz não é ferida. Como poderiam, então, dele sangrar palavras? O amor feliz não é para ser cantado. É para ser gozado. O amor feliz não fala; ele faz.Se escrevo sobre Abelardo e Heloísa é porque sua história é uma ferida na minha própria carne.
Rubem Alves

Fime Direção: Peter Mullan

Um comentário:

  1. Sula, maravilhoso comentário, e muito próprio também. Amores felizes não se vê em arte e literatura... Lindo!
    Amei o filme, e se eu fosse à França, com certeza visitaria o túmulo de Abellard e Heloise. Pois a história dos dois também é espinho em minha própria alma.

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