quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Johannes Brahms "Intermezzo" op 118

Sinto excitação, sinto paz, sinto angústia, sinto alegre, sinto triste, sinto tanto, sinto tanta...
Sinto várias emoções que seguem em cada nota, em cada toque, em cada som, no compasso desse piano...

Esse cara é fantástico, o que dele não é bom!



Viveu de 7 de maio de 1833 — Viena, 3 de abril de 1897 compositor alemão.

domingo, 26 de setembro de 2010

Alice Através do espelho

Muito bacana a fotografia da peça e roteiro sobre o sentido da história, gostei!

Nesta montagem, Alice é mais moderna que a do texto original e deixa um bilhete no espelho antes de ir embora de casa: “As coisas não fazem mais sentido. Vou desaparecer por um tempo. Por favor, não se preocupem”. Lorina, sua irmã, cria um blog chamado Wonderland para encontrar Alice e tentar entender o quê não faz sentido.

Sesi
Dia 19/09
Dramaturgia Rubens Velloso, Beto Matos e Marcos Azevedo com a colaboração do Núcleo Experimental de Artes Cênicas do SESI-SP

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Outra Terça

Por um momento eu me sinto,
Sei quem sou,
Me encontro nessa turbulência desses tantos desejos,
Desses tantos sentimentos pensando onde vou
O que eu faria se eu não fosse eu?
Me pergunto várias vezes
E num impulso de mim mesma
Me vejo correndo por aí aloprada
Escrevendo meus devaneios inspirada
Levando uma vida inusitada
Deitando na calçada
Sem escolher a roupa pro outro dia passada
Mas aí vem o medo
E mais uma vez, consigo sentir que o que eu vivo
É aquilo que não sou
É aquilo que sabe o poeta:
"Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que o desejo dos outros fez de mim."
Tento me livrar,
Me revestir pra me curar
Mas não encontro solução
Pra conseguir um espaço nesse mundo que não é meu
É preciso pisar no chão
E por medo de seguir o coração
Paro de fazer poesia
Pra fazer obrigação


Sula

sábado, 18 de setembro de 2010

Tem, mas acabou - As graças

Adaptado do livro "Contos de Enganar a Morte", de Ricardo Azevedo, o espetáculo utiliza bonecos, teatro de sombras e da linguagem clownesca para narrar histórias populares sobre personagens que tentam enganar a morte. (Teatro Infantil)

Com: Daniela Schitini, Eliana Bolanho, Juliana Gontijo e Vera Abbud
Texto: Ricardo Azevedo
Adaptação: Juliana Gontijo
Dia: 11/09
ESPAÇO SOBREVENTO

Como sempre, elas são ótimas, e dessa vez, consegui uma fotinha!

Eliana Bolanho, Vera Abbud,Daniela Schitini, EU e a Juliana Gontijo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quem sabe isso quer dizer amor - Bruna Caram

Genteee porque não coloquei esse vídeo ainda!!!

Olha a performance dela, sério!

O jeito que ela canta, a voz... a gente sente a música na força como ela canta, se movimenta, se expressa!

É o que mais amo!
E a letra da música então...ui

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Nenhuma

Apagar a luz...
Apagando o tempo
Apagando o pensamento
Assim num canto escuro em silêncio
Essa vontade de calar
E vem essa angústia que me dá
Querer nenhum lugar
Nenhum desejo
Não respirar

Querer nenhuma hora
Querer nenhum agora
Nenhum momento
Nenhum dos medos
Querer não perguntar
Querer se esvaziar
Querer nem a poesia
Que me alegra no meu dia
Nenhuma emoção
Nenhum riso, nenhuma ação
Querer nem as palavras
Nenhuma música
Nenhuma paixão

Querer nenhuma dessa falta...
Nenhum desse tormento
que me dói...que me assalta

Sula

sábado, 11 de setembro de 2010

Álvaro de Campos - Acordar

Álvaro de Campos colocou alguns dos meus sentimentos nesse poema.
Selecionei alguns trechos, de que me movem mais, na intregra o poema é um pouco maior.

Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo...
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
"Dá-me lírios, lírios, e rosas também.
Crisântemos, dálias, violetas e os girassóis acima de todas as flores.
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Minha dor é inútil como uma gaiola numa terra onde não há aves.
E minha dor é silenciosa e triste como a parte da praia onde o mar não chega."

Insetos Interiores - Teatro Mágico

Esse cara, Fernando Anitelli, tem uma inspiração divina, ele é fantástico!!!
Entre tantas poesias, gosto muito dos insetos interiores, pois fala da realidade de maneira a nos sensibilizar, nos chocar, nos angustiar e principalmente nos faz PENSAR!

O que é O Teatro Mágico?
Ninguém pode falar sem nunca ter ouvido,
Ninguém pode falar sem nunca ter sentido.
Talvez se entendêssemos de que se trata esse ‘tal Teatro Mágico’ Perderíamos a Graça, a Claudia, a Marta.
O Teatro Mágico não é pra se entender
O Teatro Mágico é pra se sentir, para se viver.
Teatro Mágico é aquele sorriso involuntário voluta o ario lutario rio sem medir.
O choro de vida da senhora guardado no coração corar a são
É dar a mão, o pão, deixar-se levar pela emoção
Deixar livre o coração, a imaginação.
É a união do 'serumano' Ser humano
O Teatro Mágico é cada um de nós
É conhecer o seu eu, teu, ateu, tua, nua, pura, rua.
Vamos cada um de nós, fazermos o nosso Teatro Mágico De risos, choros e abraços compartilhados.
Cantos e encantos e momentos tantos.
Vamos camarada Vamos pra luta.
Mas não a luta armada E sim a luta amada A luta daqueles que têm no coração o poder da criação, A força da imaginação.
Vem, vem que eu seguro a tua mão.
Fernando Anitelli


Adoro a parte que diz: "...repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são..."
Como exemplo, os Governantes... sonham-se pessoas superiores, o que não são!

"...Abusam da própria miséria intelectual..."
Pra mim essa parte é sensacional! Alguns insetos fazem questão de expor, abusar, dessa miséria!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Livraria Cultura - Paulo Mendes Campos

E ficamos alí, no Puff, a descobrir uma crônica que falava de forma a nos angustiar, nos silenciar, nos movimentar...fazendo assim, compartilhar uma das mais belas coisas que existe, o amor em forma de poesia...

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

Extraído de: O Amor Acaba - Crônicas Líricas e Existenciais
Paulo Mendes Campos

5 X Favela

O filme mostra 5 mundos diferentes dentro do mesmo contexto, a favela.
Muito boa a inicitiva e roteiro do filme.

Muitos filmes já retrataram a favela sob a ótica bandidos, da polícia e da classe média. Em 5X Favela - Agora Por Nós Mesmos é a vez dos moradores do morro apresentarem a sua realidade. Sete jovens cineastas de comunidades do Rio de Janeiro, formados em oficinas profissionalizantes ministradas por profissionais como Walter Salles, Ruy Guerra e Fernando Meirelles, foram os responsáveis pelas histórias que compõem o longa.
Baseado em Cinco Vezes Favela, de 1961, quando cinco jovens da classe média subiram os morros para fazer um filme em episódios, o longa foi apresentado em caráter hors concours no Festival de Cannes deste ano. Com um orçamento de R$ 4 milhões, a película contou com a mão de obra de 84 dos 229 participantes das oficinas, que integraram toda a equipe técnica.

Diretor: Luciana Bezerra,Cacau Amaral,Rodrigo Felha,Wavá Novais,Manaíra Carneiro,Cadu Barcellos,Luciano Vidigal
Ano: 2010
País: Brasil