A Denise Stoklos é sempre divertida, extravagante e tem excelente atuação.
É a 27° peça dela que sempre traz nos textos muita reflexão.
O título da peça, "PREFERIRIA NÃO", remete à frase do personagem que dá nome ao texto "Bartleby, o Escriturário", do escritor norte-americano Herman Melville. No conto, Bartleby se recusa a cumprir desde às ordens simples do seu chefe, até a comer quando vai para prisão. Nessa adaptação, o escriturário serve pra trazer à tona o estado negativo de uma sociedade contraditória, que precisa ser negada para que se possa conviver nela. São apresentadas diversas situações para as quais dizemos "preferiria não" e que nos condenam a algum tipo de morte, principalmente a social.
Sobre o texto:
O espetáculo de Denise Stoklos “PREFERIRIA NÃO?” tem o texto de Herman Melville do seu livro “BARTLEBY, O ESCRITURÁRIO”. A dramaturgia que transformou o livro em teatro foi desenvolvida dentro da estrutura da “fita de Möbius” do matemático August Ferdinand Möbius, figura que o psicanalista Jacques Lacan toma emprestado para enunciar quando a parte de fora e a parte de dentro de uma fita são contínuas, (em quebra de lógica ótica, em quebra de lógica linear) para demonstrar (devido a esta figura onde “o de fora” se faz perfeita continuidade “do de dentro” e “o de dentro” se faz também exata continuidade “do de fora”, pelo artifício de fazer uma dobra em uma fita qualquer e depois fechar o círculo com esta fita que se torna “meio de fora” e “meio de dentro” sempre contínua). Isso para Lacan servia para falar de como o consciente “penetrava” (demonstrando-se dentro dele, por exemplo) o inconsciente e de como o inconsciente “revelava” (pelos atos falhos, por exemplo) o consciente. Aqui, no espetáculo, a figura da “fita de Möbius”, existe no personagem de narrador do livro e na atriz que é o instrumento teatral encarregado de “teatralizar” os personagens do livro (inclusive o narrador).
Fonte: http://denisestoklos.uol.com.br/trabalhos/pecas/prefereriria-nao-release.htm
Bartleby fechado em seu mundo, diz apenas "prefiriria não" a cada vez que é solicitado a executar alguma tarefa.
Uma curiosa imagem da destituição do sujeito, produzida no exercício de certa função, é fornecida por Herman Melville (1986) numa pequena novela intitulada Bartleby, o escriturário. O livro narra a história de um rapaz contratado por um advogado. A princípio, o novo funcionário cumpria sua tarefa incansavelmente. No entanto, depois de algum tempo, começou a se negar a prestar uma série de serviços, até que, por fim, nada realizava. Ficava, então, longas horas atrás de seu biombo, calado, olhando pela janela, para a cinzenta parede fronteiriça. Era uma perpétua alma penada, cercada por uma indiferença cadavérica. Nessa insólita situação, o patrão afirmou: "Tivesse sentido qualquer coisa de normalmente humana em Bartleby, que sem dúvida o teria escorraçado do meu escritório. Porém em tais circunstâncias, mais depressa pensaria em atirar pela porta o meu busto de Cícero em gesso branco" (MELVILLLE, 1986, p.33).
É a 27° peça dela que sempre traz nos textos muita reflexão.
O título da peça, "PREFERIRIA NÃO", remete à frase do personagem que dá nome ao texto "Bartleby, o Escriturário", do escritor norte-americano Herman Melville. No conto, Bartleby se recusa a cumprir desde às ordens simples do seu chefe, até a comer quando vai para prisão. Nessa adaptação, o escriturário serve pra trazer à tona o estado negativo de uma sociedade contraditória, que precisa ser negada para que se possa conviver nela. São apresentadas diversas situações para as quais dizemos "preferiria não" e que nos condenam a algum tipo de morte, principalmente a social.
Sobre o texto:
O espetáculo de Denise Stoklos “PREFERIRIA NÃO?” tem o texto de Herman Melville do seu livro “BARTLEBY, O ESCRITURÁRIO”. A dramaturgia que transformou o livro em teatro foi desenvolvida dentro da estrutura da “fita de Möbius” do matemático August Ferdinand Möbius, figura que o psicanalista Jacques Lacan toma emprestado para enunciar quando a parte de fora e a parte de dentro de uma fita são contínuas, (em quebra de lógica ótica, em quebra de lógica linear) para demonstrar (devido a esta figura onde “o de fora” se faz perfeita continuidade “do de dentro” e “o de dentro” se faz também exata continuidade “do de fora”, pelo artifício de fazer uma dobra em uma fita qualquer e depois fechar o círculo com esta fita que se torna “meio de fora” e “meio de dentro” sempre contínua). Isso para Lacan servia para falar de como o consciente “penetrava” (demonstrando-se dentro dele, por exemplo) o inconsciente e de como o inconsciente “revelava” (pelos atos falhos, por exemplo) o consciente. Aqui, no espetáculo, a figura da “fita de Möbius”, existe no personagem de narrador do livro e na atriz que é o instrumento teatral encarregado de “teatralizar” os personagens do livro (inclusive o narrador).
Fonte: http://denisestoklos.uol.com.br/trabalhos/pecas/prefereriria-nao-release.htm
Bartleby fechado em seu mundo, diz apenas "prefiriria não" a cada vez que é solicitado a executar alguma tarefa.
Uma curiosa imagem da destituição do sujeito, produzida no exercício de certa função, é fornecida por Herman Melville (1986) numa pequena novela intitulada Bartleby, o escriturário. O livro narra a história de um rapaz contratado por um advogado. A princípio, o novo funcionário cumpria sua tarefa incansavelmente. No entanto, depois de algum tempo, começou a se negar a prestar uma série de serviços, até que, por fim, nada realizava. Ficava, então, longas horas atrás de seu biombo, calado, olhando pela janela, para a cinzenta parede fronteiriça. Era uma perpétua alma penada, cercada por uma indiferença cadavérica. Nessa insólita situação, o patrão afirmou: "Tivesse sentido qualquer coisa de normalmente humana em Bartleby, que sem dúvida o teria escorraçado do meu escritório. Porém em tais circunstâncias, mais depressa pensaria em atirar pela porta o meu busto de Cícero em gesso branco" (MELVILLLE, 1986, p.33).