Esse filme me fez lembrar uma crônica que li do Rubem Alves:
“... Sábias foram as palavras daquele homem que, no livro onde deveriam ser escritos os bons desejos à recém-nascida neta do rei, escreveu: “Morre o avô, morre o pai, morre o filho...“ Enfurecido, o rei lhe pede explicações. “Majestade: haverá tristeza maior para um avô que ver o seu filho morrer? E para o seu filho: haveria tristeza maior que ver sua filhinha morrer? “É preciso que a morte aconteça na ordem certa...” “Tenho medo de que a morte não aconteça na ordem certa...”
A narração e desfecho da história foram ótimos. Mostra um casal tentando reencontrar a felicidade e vivendo seu luto de forma intensa e dolorosa. Inicialmente “pais em luto” seria o tema do meu TCC, mas troquei de grupo e agora estamos fazendo sobre o ciúme. Esse filme ajudaria muito em esclarecer sobre a forma como o casal encara a perda de um filho, pois aborda o drama da dor isolada que cada um vive, pois há uma mistura de sentimento de culpa e necessidade de apoio, entretanto, as emoções entram em conflito e o casal entra em crise, pois ambos estão na mesma fase, sendo assim, nenhum consegue apoiar o outro.
A atuação de Nicole Kidman é perfeita. Gostei da cena em que ela da rua fica olhando o assassino do seu filho sair com os amigos para uma festa da escola. Em seguida começa a chorar e dorme no carro.
Também gostei da cena em que ela e a mãe que passou pela mesma tragédia estão no porão e Becca (Nicole Kidman) pergunta se um dia irá passar. A mãe responde que a ferida nunca sara, se transforma... E isso é bom!
Se tratando do marido de Becca, Howie (Aaron Eckhart), teve também uma ótima atuação. Gostei da cena em que ele vai passear com o cachorro TAZ, o cachorro tenta ir mais rápido, ele o segura com força puxando-o e o cachorro chora, em seguida ele abraça o cachorro no chão e começa a chorar.
Foi bacana!
Título original: (Rabbit Hole)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: John Cameron Mitchell
Nenhum comentário:
Postar um comentário